Sismografias corporais explora as intersecções entre geografia e dança, em experimentos coreogeográficos.A composição deste corpo provisório abarca diferentes abordagens da dança, cujo foco de investigação é explorar as múltiplas dimensões estéticas, por exemplo, as dimensões sonora, plástica, corporal, visual, arquitetônica e geográfica, derivadas pontualmente do artifício sismógrafo.
O projeto pretende aprofundar nos pressupostos da residência artística, cujo foco é processual e centraliza a convivência cotidiana como objetivo das experimentações. No projeto Sismografias Corporais a dinâmica de residir na Fazenda Fortaleza perpassa toda proposição, cujo objetivo é mergulhar num processo criativo pontual, estruturado pela convivência entre anfitriões e um visitantes, na expectativa que estes componham solos, duetos, trios e ou outros arranjos.
Sismografia, no campo das ciências geológicas constitui um procedimento de captura e registro das vibrações da crosta terrestre. Neste caso, os movimentos do subsolo da Fazenda Fortaleza operam como metáfora de substratos históricos profundos, emblemáticos dos modos de ocupação de territórios rurais brasileiros. Os corpos dos artistas convidados passam a acionar sensorialmente esse subterrâneo, uma investigação de caráter estética das suas forças geradoras, guiada pela apreensão de oscilações desde as mais sutis e ínfimas às extremas e disruptivas.